quinta-feira, 14 de outubro de 2010

 
" Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando achar necessário. Alague o seu coração de esperanças, mas não se afunde nelas.

Se achar que precisa de voltar, volte.

Se achar que precisa de seguir, siga.

Se estiver tudo errado, comece novamente.

Se estiver tudo certo, continue.

Se sentir saudades, mate-as.

Se perder um amor, não se perca.

Se o achar, segure-o! "


Fernando Pessoa

Morre lentamente

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um feito muito maior que o simples fato de respirar. Somente a ardente paciência fará com que conquistemos uma esplêndida felicidade.

Pablo Neruda

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Para tudo há um tempo em nossa vida... E a grande sabedoria é viver cada tempo com sua realidade, aceitando o que não pode ser mudado... Há um tempo de se sonhar, de acreditar no sonho e lutar por ele... Há um tempo de se desencantar porque o sonho não se realizou apesar da fé, apesar da esperança.
No tempo de desencantar é impossível não sofrer... Porque o sofrer assim como os sonhos são partes iguais na soma dos fatos que fazem nossa vida... E no tempo de sofrer vale assumir a dor, senti-la bem fundo sem medo de morrer por ela. Vale assim a dor porque ao contrário seria fugir à realidade... E fugir à realidade não ajuda vencer o tempo que nos faz sofrer...
Dentro da realidade do sofrer, a gente mergulha bem fundo sem contudo perder o contato com a esperança de poder sonhar de novo... O tempo de sofrer não pode sufocar em nosso coração aquela velha certeza de que Deus, sabendo das mágoas, inventou o tempo..... O tempo que transforma e muda realidades, e faz da lágrima de hoje o riso de amanhã.
Por isto no tempo de sofrer, é preciso sabedoria de aceitar os fatos com a serenidade de quem já viveu outros tempos de dor, de mágoas e continuou vivendo com determinação e coragem. O tempo de sofrer é apenas um espaço onde se aprende a crescer, a vencer as próprias limitações e as próprias contingências.
Tempo de sofrer é apenas um espaço onde se conhece as próprias forças de criar novos sonhos, semear novas esperanças e cultivar a fé. Porque a vida é feita de muitos tempos que se sucedem em nossos dias...
Basta apenas serenidade de saber vivê-los e esperar...
Serenamente sem desespero inútil. Que a lagrima do hoje...
Seja o seu mais lindo sorriso amanhã.